quarta-feira, 20 de julho de 2011

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Em entrevista ao Estadão, Tom Felton revela que trazer premières de Harry Potter para o Brasil foi ideia dele


Como dissemos várias vezes, quando estava no Brasil, o ator Tom Felton (Draco Malfoy) passou por uma série de entrevistas para promover o filme "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2".

Poucos sites puderam ter sua hora com Tom, O Dia e o Estadão foram um deles, tendo ambos divulgado as entrevistas na íntegra ontem e anteontem. Ao jornal O Dia, Tom elogiou a cidade e falou um pouco sobre a revelação de Emma Watson de que ela já foi apaixonada por ele.
"Foi muito louco. Eu entendo que represento uma parte desse mundo mágico e as pessoas ficam emocionadas. Faz um tempo que queríamos vir ao Brasil e é bom finalmente estar aqui. O Rio é uma cidade linda", afirmou.
O ator também aproveitou para falar sobre a paixonite de Emma Watson (Hermione): "Emma tinha uns 10 anos e eu tinha 12, e nada aconteceu. Estava muito mais interessado em tocar guitarra".
Sobre a ideia de trazer premieres para o Brasil:
Foi Tom Felton quem sugeriu a inclusão da cidade no roteiro mundial de promoção da série Harry Potter, o próprio propagandeia. "Falei anos atrás: mandem alguém ao Brasil, mesmo que não seja eu! Agora tenho três dias no Rio, quero ir à praia, andar na rua, e não posso. Vou voltar como turista"
Leia primeiro a matéria do Estado de São Paulo e, logo depois, a matéria divulgada pelo O Dia.


ENTREVISTA COM TOM FELTON
Roberta Pennafort / RIO - O Estado de S.Paulo


O sombrio Draco Malfoy, quem diria, sonhava conhecer o Rio. Foi Tom Felton quem sugeriu a inclusão da cidade no roteiro mundial de promoção da série Harry Potter, o próprio propagandeia. "Falei anos atrás: mandem alguém ao Brasil, mesmo que não seja eu! Agora tenho três dias no Rio, quero ir à praia, andar na rua, e não posso. Vou voltar como turista", ele brincava na sexta-feira ensolarada que sucedeu à histérica pré-estreia carioca de Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte 2 no Morro da Urca, para 500 fãs famintos por autógrafos e fotos.

Parte deles não se contentou e deu plantão na porta do Hotel Copacabana Palace, onde o ator britânico se hospedou com a namorada, para tentar vê-lo de novo. Bem acostumado aos efeitos inebriantes da pottermania, ele foi gentil e desceu até um grupo de meninas envoltas em suas capas para mais cliques. No Twitter, agradeceu a recepção calorosa. Comeu em churrascaria, pisou descalço as areias de Copacabana e viu o Rio de cima do Mirante Dona Marta.

Aos jornalistas, também foi só sorrisos. Seja sobre o aspecto bittersweet (amargo/doce) do fim da saga ou sobre os eventuais problemas que a fama pode ter causado - no caso do protagonista, Daniel Radcliffe, o confessado abuso de álcool, o qual Felton naturalmente prefere não comentar -, não há pergunta que não tenha sido feita. Mas o jovem londrino (faz 24 anos em setembro) não se mostra enfadado. Parece, de fato, feliz com esse fecho com chave de ouro de uma década ainda mais dourada.

"As pessoas estavam esperando por esse último filme há anos, e a gente também estava ansioso para vê-lo e promovê-lo pelo mundo. Não imagino que alguém vá ficar decepcionado. Os fãs são tão loucos que já ouvi que em algumas sessões não dá para ouvir o que se passa na tela, de tanta gritaria", contou Felton, menos louro e pálido do que se vê no cinema.

A alegria vem da sensação de liberdade. Livrou-se não só da tintura exagerada e da proibição de pegar sol, mas também da rotina fatigante que leva desde os 14 anos (é ligeiramente mais velho do que os três atores principais), que lhe tirou as horas à frente do Playstation, as viagens para esquiar e a chance de fazer outros filmes.

Há pouco mais de um ano, implodida Hogwarts, ele correu para o cabeleireiro e para novos sets. Fez três filmes, todos com lançamento esse ano ainda. O primeiro é O Planeta dos Macacos: A Origem, com direção de Rupert Wyatt, que estreia em agosto. Depois virão duas produções menores, Grace and Danger, de Rhys Hayward, e The Apparition, de Todd Lincoln. "Antes, era difícil fazer outros filmes, por causa da falta de tempo e também pelo cabelo. É muito bom não ter que se preocupar com a tintura! Assim que terminaram as filmagens, eu pintei de castanho. Mas não adiantou muito, porque o louro fica voltando...", mostra a cabeleira sobre a testa avantajada.

Ao contrário de Emma Watson, a Hermione, que já deu declarações ultraemotivas - sente-se com um buraco no peito, como se alguém estivesse morrendo -, e de Radcliffe, que se disse arrasado, Felton preferiu, ao menos em sua passagem pelo Brasil, falar do lado positivo da aventura por que passou.

Não, ele não acha que sua imagem vá se cristalizar como a do principal antagonista de Harry em Hogwarts. Sim, ele praticamente passou a adolescência em branco, só que agora, como os demais, vai poder usufruir da projeção que uma franquia que rendeu mais de US$ 21 bilhões (até agora) propicia. Nos Estados Unidos e no Canadá, sexta-feira, foi batido o recorde de arrecadação de um filme no dia de estreia: U$$ 92,1 milhões.

Felton deseja um dia ser chamado para trabalhar com Steven Spielberg e Guy Ritchie, além de diretores pelos quais passou nesses dez anos, como Chris Columbus e David Yates. E ainda espera carregar as amizades que consolidou filme após filme.

É claro que soma-se a esse saldo positivo seus milhões de libras. "O que eu fiz com todo o dinheiro que ganhei?", zomba, com toque tipicamente inglês. "Para ser honesto, não fiz muita coisa. Investi, mas não sei onde, comprei carros para mim, meus irmãos, minha mãe. Quando era garoto, comprava skates."

Felton trabalha como ator desde os oito anos e sempre foi bem sucedido em audições infantis. Canta, criou selo com amigos para lançar jovens artistas, mas planeja mesmo é continuar atuando. Sabe que vai demorar para ser visto com a idade que tem.

"As pessoas acham que você tem 15, 16 anos, e quando te olham com 22, com barba, estranham. As crianças ficam frustradas. Querem aquele cara louro, não eu. Pensam: "Quem é você?" Por outro lado é bom que as pessoas não saibam que papel eu fiz nos últimos dez anos", diz o ator. "Na Inglaterra, não tenho o menor problema, sou famoso cinco, seis dias por ano, quando promovemos Harry Potter, mas é só isso. Eu posso pegar o metrô, o trem. Juro!"


ENTREVISTA COM TOM FELTON
Por Mariana Brugger - O Dia


O Dia - O que mudou nesses 10 anos?
Tom Felton - Muita coisa mudou nesses dez anos. A produção mudou, o elenco evoluiu, os sets e efeitos visuais foi melhorando a cada ano. Em mim? Bem, eu cresci, era um garoto muito novo e agora sou um jovem adulto. É o mesmo tipo de pergunta que você pode fazer para alguém que saiu da faculdade, por exemplo. É muito difícil dizer o que mudou.
O Dia - Sobre ser um vilão...
Tom Felton - Sempre foi divertido fazer um vilão. Que garoto de 12 anos não gostaria de interpretar um bruxo malvado? Acho que todas as crianças. Eu sempre gostei de fazer o Draco, não teve nada particularmente complicado. Adoro interpretar personagens muito diferentes de mim e o Draco é muito diferente de mim.
O Dia - No início, o Draco era um vilão e depois se mostrou um herói. Como foi desconstruir aquele personagem que você tinha criado no início?
Tom Felton - O Snape sim era, se mostrou um herói no final. O Draco é a história triste de toda a saga porque ele não tem opções, ele não tem escolha. Tem que fazer o que mandam ou será morto. Harry e todos os outros têm opções, eles podem escolher o que querem fazer, mesmo se não tivessem pais. O Draco tem pais e uma família muito grande e sua família é muito má, a pior que se possa imaginar. Eu sinto muita pena do Draco quando ele é novo, sua história é muito triste. A maioria dos vilões e dos valentões geralmente tem uma infância complicada, e com o Draco não é diferente. Eu estava um pouco nervoso para mostrar essa mudança de caráter, mas, no fim, foi bastante gratificante, diferente do planejado. Gostei de fazer isso.
O Dia - Como você lida com o assédio dos fãs?
Tom Felton - É muito estranho quando você deixa de ser o bruxo e vai para o mundo real e as pessoas não veem isso, mas tudo bem. Essa foi uma das coisas que aprendemos nesses dez anos. Aprendemos a prestar mais atenção, criancinhas me vaiavam. Aí eu penso que devo ter feito algo bom. Lembro que, quando eu tinha 12 anos, apresentei um prêmio para crianças e quando subi no palco todo mundo começou a vaiar. Foi estranho, mas aprendi a lidar com isso.
O Dia - Você leu os livros do Harry Potter antes de fazer o filme?
Tom Felton - Não tive contato com os livros antes de fazer o filme. Desconhecia os livros, o mundo de fantasia da J.K Rowling. Ao longo dos anos, fui me tornando cada vez mais fã. Quando o quarto livro saiu, li em um mês. O quinto eu li em duas semanas, o sexto em uma semana. O sétimo eu li em um dia (rs). Mas tento me controlar para ler um capítulo por semana, mas nunca funciona porque você vai lendo e se envolve.
O Dia - Você entende esse fanatismo que o Harry Potter causa?
Tom Felton - O Harry Potter é um escape para muita gente, e muitas crianças e pessoas cresceram escapando nesse mundo do Harry, nesse reino mágico, onde a vida normal não importa. Entendo que represento uma parte desse mundo mágico, então as pessoas podem ficar emocionadas. Adoraria ser tão apaixonado por uma coisa como eles são pela saga. São completamente obcecados, o que é fantástico. Adoraria ter essa mesma paixão por um livro ou um filme.
O Dia - E como foi ver aquele pessoal fantasiado te esperando no Morro da Urca para a pré-estreia?
Tom Felton - Foi louco. Estava esperando grandes coisas, é bem diferente da Inglaterra. No Reino Unido o pessoal é mais de aplaudir e só. É bem legal. Já faz um bom tempo que queremos vir para o Brasil e é bom finalmente estar aqui. Então, entendo se as pessoas ficarem um pouco loucas. Além disso, a noite foi a pré-estreia do filme, então acho que eles estavam muito animados por conta disso, porque era o último filme. A gente ouviu quando começaram a passar o filme e eles não conseguiam ouvir porque estavam gritando super alto.
O Dia - Recentemente, Daniel Radcliffe disse que teria problemas com álcool. Você sabia disso?
Tom Felton - Eu não sabia disso do Daniel. Acho que não é bem um problema com álcool. Acho que o caso do Daniel é que ele não gostava de beber álcool. Quando você cresce na inglaterra, é bastante comum quando faz 18 anos, chega em casa depois de um dia de trabalho e bebe uma cerveja. O seu pai faz isso, seu irmão faz isso, então você faz. Muitos amigos meus, o Daniel e até mesmo eu, não gostamos muito disso. Não é algo que gostamos de fazer e acho que ele só falou isso.
O Dia - Emma Watson (Hermione) já revelou que nos dois primeiros filmes ela era apaixonada por você. Como reagiu quando descobriu isso? Aconteceu alguma coisa entre vocês?
Tom Felton - Faz muito tempo isso. A Emma tinha uns 10 anos e eu tinha 12, e nada aconteceu. Estava muito mais interessado em tocar guitarra.
O Dia - Qual foi o melhor dia da escola para você?
Tom Felton - Tudo foi muito bom. É muito difícil para mim escolher um momento, mas o último filme é o meu preferido, obviamente. Esse capítulo final é o único que não precisa de muita explicação, porque é bastante óbvio o que acontece. É cara bom contra cara mau.
O Dia - Como foi o último dia nos sets?
Tom Felton - O adeus da equipe e do elenco foi bem curto e simples. Só "tchau", bem simples, bem britânico, muito formal. Na verdade a gente não disse adeus. Estive com o Daniel na semana passada e ainda vamos nos ver. É só um "até logo", nada de "adeus".
O Dia - No final do filme, vocês fazem seus personagens mais velhos. Como foi interpretar o Draco com 40 anos?
Tom Felton - Foram muitas horas de maquiagem, mas foi divertido. Me deixaram bem mais velho do que eu esperava. Me senti um ancião, como um cara de 60 anos. Foi uma das últimas coisas que eu fiz para o Harry Potter, então foi uma coisa legal para acabar a série.

O Dia - E agora, o que você pretende fazer?
Tom Felton - Espero continuar trabalhando. O Planeta dos Macacos: A Origem está saindo agora em agosto e tem outro para sair. Espero continuar atuando, fazer quantos vilões eu conseguir.

O Dia - Tem medo de ficar marcado como o Draco e isso ofuscar seu trabalho daqui para frente?
Tom Felton - Espero sempre ser lembrado como o Draco. Foi incrível o que a gente fez. Espero ser lembrado por outros personagens também. Quero ser lembrado por outros personagens memoráveis. Espero assustar crianças até o fim da minha vida. Ficarei muito feliz.

O Dia - Do que você mais sente falta?
Tom Felton - O que eu mais vou sentir falta, vai ser das pessoas. Já estou sentindo saudade. Menos o elenco, mais a equipe. São pessoas que eu via sempre nesses dez anos e eles fazem um trabalho incrível. Na verdade, os atores levam crédito demais. A gente não faz nada na verdade. A gente fica lá por cinco minutos. Os caras por trás das cenas é que fazem tudo.

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