quinta-feira, 21 de julho de 2011

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“O Pottermore vai ser fantástico” – afirma David Heyman


O site brasileiro Omelete divulgou mais duas entrevistas promocionais do filme Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2. A primeira delas foi realizado com o David Heyman pelos seus parceiros Collider, na qual o produtor comenta, entre outros assuntos, o tão aguardado Pottermore:
O conhecimento que ela tem daquele universo é incrívelmente profundo e rico – é por isso que o Pottermore vai ser fantástico. Vai ser um site como essa janela de que falei, com a possibilidade de se aprofundar no conhecimento que ela tem daquele mundo. É por isso que os livros fazem tanto sucesso, tudo é extremamente bem pensado e analisado. Então, sim, provavelmente há algumas coisas que ela nos contou que não estão nem nos filmes nem nos livros. Não acho que sejam necessariamente segredos, mas sempre depois de ter uma conversa com ela, dá pra se sentir uma pessoa extremamente privilegiada.
Ele fala a respeito do desfecho do oitavo filme e uma possível comparação com O Retorno do Rei, da aclamada trilogia O Senhor dos Anéis.
Eu sou um grande fã do Retorno do Rei e do que Peter Jackson fez. Eu considero, como fã da franquia, que o fim foi 45 minutos além da conta, o que deixou o filme bem cansativo. Uma das primeiras decisões conscientes que tomamos foi não ter muitos finais – então há três: a batalha, a cena no Salão Principal e a da ponte. E depois tem o epílogo. Nós fomos conscientes de não colocar muitas cenas de despedida…
Você lê a íntegra da entrevista em “Leia Mais”. Nela, Heyman fala ainda sobre o fim, sua experiência ao trabalhar ao lado de J. K. Rowling, as decisões do roteiro e seus projetos futuros.
                   Além disso, o Omelete também divulgou uma entrevista com Tom Felton.



Entrevista concedida por David Heyman pelo Collider. Divulgada no Brasil pelo Omelete

O que você está sentindo agora? Tudo está prestes a chegar ao fim, uma première gigante em Londres cheia de gente… Como é estar no centro do furacão?
Estou cansado. [risos] Eu acordei esta manhã – não sei se foi por causa do fuso horário, mas acordei bem cedo – e foi a primeira vez que eu senti um pouco de tristeza. Não sei por quê. Pelo fato de eu estar envolvido, é difícil entender a gravidade disso tudo. Mas quinta-feira, na première de Londres, foi incrível. Foi um evento como nenhum outro em que já estive e provavelmente como nenhum outro que irei. Aconteceu na Trafalgar Square, tinha alguns fãs que estavam lá há oito dias, na chuva, no tempo horrível de Londres. Aí, na quinta à tarde, já perto da hora da première, a chuva parou, saiu o sol… Muitos dos fãs de Harry Potter cresceram com a franquia e o entusiasmo deles, o carinho, eram coisas que dava pra sentir. E ainda assim, está terminando. Eu falei com Jo [K. Rowling] sobre isso e ela me disse que eu ainda vou sentir tristeza. Não necessariamente agora, mas dentro de algum tempo. Mas eu ainda não cheguei a esse ponto. Estou curtindo tudo, poder ser parte disso tudo isso é incrível. Estou realmente ansioso para 23 de julho, dia que saio de férias por alguns meses. [risos] Mas é tudo bem incrível.
Vocês também estão aliviados por acertarem com esse final?
Sim, com certeza. Mas quer saber? Eu não tinha percebido que tínhamos acertado com esse final até que as pessoas começaram a ver o filme. Por eu ser um produtor, estou sempre consciente de tudo. Isso já é parte de mim, apesar de não ser tão construtivo em certos pontos. Sempre quero fazer qualquer coisa ficar ainda melhor do que já é, tenho noção de certas coisas que não funcionam como estão… Mas as reações têm sido incríveis – talvez as melhores que já tivemos.

Mas isso também se dá com a resolução da história.
Sim, esse é o primeiro filme com um fim legítimo, coisa que eu acho que faz uma certa diferença. Mas [o diretor] David Yates realmente fez um trabalho incrível. Quando olhamos para os quatro filmes dirigidos por ele, dá pra ver uma incrível progressão no trabalho dele. Essa é uma história épica e emocional, e eu realmente acho que ele fez um ótimo trabalho. Então sinto um certo alívio – seria bem decepcionante ter um roteiro ruim no final, mas fiquei bem orgulhoso de tudo.

Rowling chegou a te contar algum segredo do universo de Harry Potter que ainda não foi revelado?
Ela não me contou nada, mas se tivesse contado, eu não acho que revelaria. [risos] Mas se tivéssemos uma pergunta – nós [os produtores] só nos encontrávamos com Jo uma vez a cada filme para discutir o próprio filme, geralmente depois da leitura do roteiro. Nos últimos não fizemos essa leitura, e ligávamos pra ela se estivéssemos realmente empacados. Se ela estivesse por perto, iria ao set conversar conosco. Mas se tivéssemos uma pergunta, quando passávamos algum tempo com ela, aprendíamos tantas outras coisas além da resposta para aquela pergunta… Ela nos abria uma janela para aquele mundo muito além do que jamais teríamos imaginado. O conhecimento que ela tem daquele universo é incrívelmente profundo e rico – é por isso que o Pottermore vai ser fantástico. Vai ser um site como essa janela de que falei, com a possibilidade de se aprofundar no conhecimento que ela tem daquele mundo. É por isso que os livros fazem tanto sucesso, tudo é extremamente bem pensado e analisado. Então, sim, provavelmente há algumas coisas que ela nos contou que não estão nem nos filmes nem nos livros. Não acho que sejam necessariamente segredos, mas sempre depois de ter uma conversa com ela, dá pra se sentir uma pessoa extremamente privilegiada.

O roteirista Steve Kloves me disse que sabe de algumas coisas. Mas posso imaginar que a relação deles seja um pouco diferente.
Bem, eles são parceiros de criação. Ele já foi até o buraco negro com ela – enquanto ele escrevia o primeiro filme, ela estava escrevendo o quarto livro, e na época ela tinha um prazo pra terminar… Acho que foi a última vez que ela realmente teve um prazo – uma das coisas que Potter lhe deu foi tempo, hoje ela pode levar quanto tempo precisar para entregar qualquer coisa, o que é um privilégio incrível. Steve estava entregando o primeiro roteiro e acho que a pressão que ambos estavam passando era imensa. Mas eles passaram por isso juntos e acho que foi isso que fez do laço deles essa coisa tão intensa. Também pelo fato de ele ter perguntado muito mais do que eu – na intenção de saber o que era mais importante e relevante – então tenho certeza de que ela dividiu muito mais sobre o universo de Harry Potter com ele do que comigo.

Você tem algum objeto do filme consigo?
Tenho. Os que tenho desse filme, eu realmente pedi permissão para levar comigo. A maioria, peguei com permissão. O meu favorito é o Vira-Tempo. É lindo.

É um item único ou existem alguns?
Existem uns dois. Eu também tenho a caixa com as bolas do quadribol, com a goles, os balaços e o pomo. Por alguma razão, eu sei que peguei esse no primeiro filme, mas não tenho ideia de onde está.

Vocês cogitaram encerrar a história com alguma coisa mais no estilo do Retorno do Rei? Fale um pouco sobre como chegaram à decisão de encerrar o filme dessa maneira.
Eu sou um grande fã do Retorno do Rei e do que Peter Jackson fez. Eu considero, como fã da franquia, que o fim foi 45 minutos além da conta, o que deixou o filme bem cansativo. Uma das primeiras decisões conscientes que tomamos foi não ter muitos finais – então há três: a batalha, a cena no Salão Principal e a da ponte. E depois tem o epílogo. Nós fomos conscientes de não colocar muitas cenas de despedida…

Mas vocês também tiveram que trabalhar no epílogo.
Sim. Mas também tinha que ter uma cena com a despedida de Hogwarts, além de nos despedir de muitos dos personagens que não veríamos 19 anos depois – os professores etc. O engraçado é que tínhamos uma cena na ponte na qual a câmera subia e mostrava um cenário lindo com uma tomada épica de Hogwarts, e nós acabamos cortando isso. Sentimos que aquilo parecia ser o fim, que na verdade é na estação King’s Cross, 19 anos depois.

Isso me leva a te perguntar sobre as cenas excluídas. O filme tem por volta de 2h10min de duração; teve alguma coisa cortada que você ficou triste por não estar na versão final do filme?
Não… É engraçado, cenas excluídas são removidas por um ótimo motivo. É bem raro existir cenas deletadas que deveriam ter permanecido no filme. Talvez há certas frases e momentos que eu adorei e senti falta, mas não me arrependo de tê-los cortado porque estávamos contando a história de uma certa forma. O momento que eu talvez sinta mais falta é quando Dumbledore diz a Harry “você é mais nobre que eu”. Essa frase é incrívelmente linda e tem um efeito enorme no contexto da história. A razão pela qual cortamos isso foi porque naquela cena, na estação King’s Cross, quando Harry está no limbo, paraíso, o que quer que aquilo seja, há tantos começos e fins ali que sentimos a necessidade de cortá-la.

Complete a lacuna: estou mais feliz com…?
O jogo de quadribol no primeiro filme.

Eu gostaria de ter tido…?
A oportunidade de fazer tudo de novo. [risos]

E você diz isso com suas férias chegando? [risos]
Estou bem ansioso de ter férias e também de ter o tempo e a oportunidade de fazer coisas novas. Foi uma ótima jornada e ela chegou ao fim. Eu já estou trabalhando no desenvolvimento dos filmes da franquia Harry Potter desde 1997 e, com a mão na massa, desde 1999, então já passou da hora de fazer alguma coisa diferente. Mas quando eu digo que gostaria de fazer tudo de novo é pelo fato de que nunca mais vai existir nada como Potter na minha vida. É uma experiência bem única trabalhar com o mesmo elenco e a mesma equipe durante dez anos em uma só franquia. Acompanhar essas crianças de 10, 11 e 12 anos crescendo para se tornarem jovens adultos – isso nunca mais vai acontecer na minha vida. Mas eu não tenho certeza se quero repetir tudo isso. Não por não ter sido incrível, mas porque não tem como. Toda a experiência foi perfeita exatamente como aconteceu. O fato de termos tamanha liberdade concedida pela Warner também contribuiu imensamente para tudo isso. Eu me envolvi com a franquia porque adorava a história e os personagens, não por uma simples negociação.

Agora vamos falar sobre outras coisas. Como está seu projeto de animação dos Beatles?
Tudo muito no início, ainda estamos trabalhando no roteiro.

Você tem em mãos os direitos dos romances da série francesa Oscar Pill.
Também no início. Estamos tentando descobrir como vamos abordar o projeto. A história é incrível, tudo é situado dentro do corpo humano… Pode ser uma franquia incrível, mas ainda precisa ser adaptado. Não vai ser tão literal quanto Harry Potter foi.

Você também estava envolvido com Mr. Men…
Eu estava tão atarefado trabalhando em Potter e Gravity que acabei não focando o suficiente em Men e outra pessoa entrou no meu lugar.

Sério?
Eu me arrependo muito disso porque acho que é um projeto fantástico, tenho certeza de que vai ser incrível e eu vou ficar me remoendo durante muitos anos por deixado essa oportunidade passar.

Dogs of Babel com Steve Carell.
Estamos procurando diretor.

Então você já tem roteiro?
Sim.

Esse é um projeto prioritário para Steve?
Isso eu tenho que perguntar a ele. É algo que ele realmente quer fazer, e agora que ele não está mais em The Office, pode ser que tenha mais tempo livre.

Sei que você não pode dizer muito sobre isso, mas como está o andamento de Gravity?
Está incrível. Acho que vai ser ainda melhor do que eu poderia imaginar. Estamos filmando, não falta muito, mas ele [Alfonso Cuarón, o diretor] está realmente testando coisas novas.

Não posso expressar como estou animado para vê-lo atrás das câmeras novamente.
Entendo. Ele é um ótimo diretor, além de ser alguém que faz de todos que estão ao seu redor ainda melhor naquilo que fazem. Aprendi muito com ele em Potter, estou aprendendo muito em Gravity. Ele é um ótimo cineasta.

O que mais você tem engatilhado?
Uma das razões pela qual estou animado que Potter chegou ao fim é que agora posso ter férias. Também quero tentar novos projetos, coisas que já estou trabalhando, como The Northlanders, que é uma HQ da Vertigo, outro quadrinho intitulado Non-Plan, que ainda não… E alguns outros projetos que me deixam bem animado.

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